Certo jovem chamado Talmid vivenciou a
perca de alguns amigos em um trágico acidente. Ele ficou muito triste, confuso
e atordoado. Depois de alguns dias em casa, sem querer sair ou fazer qualquer
outra coisa, o jovem decide visitar outro amigo que ele tinha e que se chamava
Rabbi, a fim de encontrar em suas sábias palavras algum consolo.
Rabbi era bem mais velho que Talmid,
já tinha vivido muita coisa e acumulado muita experiência de vida. Ao chegar, o
jovem desabou em choro nos braços de seu velho companheiro. Depois de algum
tempo, quando finalmente conseguiu se acalmar, o jovem pode enfim conversar e expor
as suas dúvidas e inquietações.
Talmid perguntou: “Rabbi, porque que
acontecem os desastres e as tragédias?”. Rabbi respondeu: “Ah, meu jovem amigo,
a causa disso tudo aconteceu há muito tempo”. E inclinando-se, abaixou-se e
pegou uma flor com espinhos. Depois, perguntou a Talmid: “Por que uma flor tão
linda como essa, possui espinho?”. “Não sei”, respondeu o jovem. “É porque desobedecemos
a Deus. O Senhor disse a Adão depois que ele O desobedeceu: ‘Visto
que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe
ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você
se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e
ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor
do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi
tirado; porque você é pó e ao pó voltará’”. (Gênesis
3:17-19). “Pois é”, continuou Rabbi, “a nossa desobediência nos
fez conhecedores do bem e do mal, por isso que numa linda flor encontramos
espinhos e nessa bela vida encontramos as tragédias, os desastres e a morte”.
Talmid
insistiu: “Mas foi apenas Adão quem desobedeceu então só ele deveria morer.
Rabbi, pacientemente explicou: “Não é por aí Talmid, pois, “da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo
pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos
pecaram’ (Romanos 5:12).
Você e eu também
desobedecemos a Deus todos os dias, por isso, você e eu também morreremos um
dia.
“Mas Rabbi”, continuou Talmid, “mesmo
assim todos deveriam morrer bem velhinhos e não jovens”. O velho companheiro
disse: “Meu jovem, as vidas humanas ‘são breves como o sono; são como a relva
que brota ao amanhecer; germina e brota pela manhã, mas, à tarde, murcha e
seca’. (Salmos 90:5-6).
Não importa se os nossos queridos se foram aos 90 ou aos 20 anos, sempre ficará
a sensação de que não deveriam ir ainda, pois a vida é muito breve e nos
provocará sempre essa sensação de que ‘não era para ter sido agora’”.
Rabbi continuou: “Para acalmar ainda
mais seu coração deixe-me dizer mais duas coisas. A primeira é que na verdade a
vida não é nossa, a vida é de Deus, nós somos apenas administradores. Quando o Senhor a todos ‘retiras o fôlego, morrem e voltam ao pó. Quando sopras o teu fôlego, eles são criados, e
renovas a face da terra.’ (Salmos 104:29-30).
Além disso, tem a segunda coisa, pois Jesus nos ensinou, ‘Eu lhes disse essas
coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições;
contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo’.
(João 16:33).
Pois é Talmid, por causa da ressurreição de Jesus, um dia essa realidade de
tragédias, desastres e mortes passará, e haverá uma nova realidade, onde ‘Deus
limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem
clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas’. (Apocalipse 21:4).
Essa nova realidade se chama Vida Eterna.
Depois dessas últimas palavras, Rabbi perguntou
a Talmid se ele tinha entendido tudo. Este respondeu de forma positiva. Depois,
se despediu de seu velho companheiro e voltou para casa. Ainda se encontrava
triste e com muita saudade, mas se sentia mais aliviado e confortado,
principalmente quando aprendeu que tudo isso iria passar e um dia uma nova
realidade iria chegar.
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